26 de fev. de 2011

Profissão: pedinte

Faz tempo que eu não posto num dia de sábado, mas hoje arrumei um tempinho, por que estava precisando muuuuito desabafar.Hoje foi a gota d'água! Durante toda a semana várias pessoas me pedinharam dinheiro emprestado ou dado, algumas eram conhecidas, outras clientes, algumas se passando por entidade social e até mesmo idosos querendo dinheiro da passagem.
Sei que a situação não esta fácil para ninguém, mas creio que muitos se aproveitam da piedade alheia, tranformando-se em verdadeiros pedintes profissional.
Como tenho um pequeno comércio e ele é bem pequeno mesmo é comum alguns vizinhos acharem que estou nadando em dinheiro e não se constrangem em pedir um dinheirinho emprestado.

Tenho recebido também visitas de supostas pessoas que arrecadam dinheiro para ajudar doentes e crianças carentes, pedindo alimentos ou qualquer quantia em dinheiro.
Hoje fui ao centro da cidade com meu marido e enquanto o aguardava no carro, uma senhora bastante idosa veio até a mim e pediu o dinheiro da passagem. Segundo ela contou, tinha ido trabalhar como passadeira, mas a cliente não estava em casa. Dei o dinheiro, mas não a vi atravessando a rua para pegar o ônibus.
Um pouquinho depois, parados no sinal de trânsito, um senhor se paroximou e pediu dinheiro para também pagar o ônibus.

Eu quase pulei no pescoço do homem!!! De novo!!! Será que tenho cara de banco!?
Cerca de um ano atrás, um homem chegou até o meu comércio muito nervoso, dizendo que a esposa havia ido para o hospital ter o bêbe enquanto ele estava trabalhando e ele não tinha o dinheiro da passagem para ir até o hospital. Trouxe a carteira de trabalho para dar mais veracidade a história e depois fiquei sabendo que ele contou a mesma lorota para a rua inteira. Dias depois foi assassinado, não sei por qual motivo.
Sempre a passagem!!!
E teve ainda a vez que eu estava numa faculdade fazendo um curso e entrou uma mulher contando uma história muito triste, sobre o filho pequeno atropelado e pedindo ajuda para a cirurgia. Logo depois apareceram os seguranças atrás da golpista.
Sinceramente fica difícil avaliar quem precisa e quem esta querendo se dar bem. Só sei que esta semana foram tantas pessoas querendo tirar um dinheirinho de mim, que me tiraram do sério. 
E tem ainda aqueles que querem usar os créditos do seu celular, que faz cara de triste por que não tem um cigarro para fumar ou esta sem um tostão na carteira.
Existe um única solução para isto: TRABALHO. Em qualquer coisa. Eu já vendi mini pizza de porta em porta, empadão, ovo de páscoa e mais inúmeros produtos. E nunca pedi dinheiro para ninguém, muito menos me valendo de falsas histórias. Outra coisa: saiba administrar melhor seu dinheiro, por mais pouqinho que ele seja, ele tem que ser suficiente para suprir suas necessicidades. E por último, aprenda a viver com o que tem. 

23 de fev. de 2011

Sobre honestidade, tentações e conivências


Dependendo do ponto de vista, o conceito de honestidade pode ser objetivo ou subjetivo e o que é desonesto para mim, pode não ser para você.
Dias desses, deixei meu celular em cima de uma das mesas da minha casa de lanches, uma pessoa o encontrou e decidiu que achado não era roubado. Eu só não fiquei sem o aparelho, por que uma conhecida reconheceu meu celular na mão do rapaz e veio me devolver.
Muitas pessoas consideram estranho meu marido ser policial e dirigir carro velho. Com tantas oportunidades que rola nesse meio, por que não aproveitá-las?
Ouço muitas pessoas criticando políticos, mas que dizem que se estivessem no lugar deles, agiria da mesma forma. Se todo mundo rouba, por que fazer diferente?
Se você trabalha num hospital ou posto de saúde, que mal tem em trazer medicamentos para casa e distribuir para os vizinhos?
Ou se é bancário, tirar um pouquinho de dinheiro de várias contas, uma quantia tão irrisória que o correntista nem irá notar?
Ou vender mercadoria mais barata em seu estabelecimento, fruto de carga roubada?
Em todos esses atos, classificar de honesto ou desonesto, vai depender do ponto de vista de cada um. Quem pratica o ato, provavelmente não acha que esteja fazendo nada de absurdo. Apenas aproveitou a oportunidade.
Ter uma boa casa, um bom carro e dinheiro para o lazer é o sonho de todas as pessoas. E o meu também. Mas esse sonho ainda não foi realizado. A casa graças a Deus esta pronta, mas ando de carro velho, que as vezes nos deixa a pé e não sobra muito dinheiro para se divertir. E já cansei de ouvir pessoas criticando que minha casa não estava terminada, que meu marido não tinha carro novo ou que deveríamos aproveitar melhor a vida. Como se bastasse estalar os dedos para o dinheiro aparecer.
Mais eu prefiro assim. Mas vale uma vida simples, do que uma vida cheia de glamour advinda de dinheiro fácil. Pelo menos para mim. Conheço pessoas que pensam diferente e que já me disseram não se importar da onde vem o dinheiro. O que importa é que ele venha.
Eu não consigo ter essa conivência. Uma vez vi um filme no qual o homem era carrasco, executava prisioneiros que estavam no corredor da morte e  quando a esposa descobriu continuou fingindo que não sabia. Não queria nem ouvir sobre o assunto ou que ele contasse sobre a dureza do seu trabalho. O que importava era que o dinheiro estava entrando.
Eu sempre quero saber. Aceito viver contando centavos, mas não aceito viver com o que não me pertence.

16 de fev. de 2011

Mulheres no poder

Após uma grave crise na Polícia Civil do Rio de Janeiro, que levou a prisão de dezenas de policiais, inclusive a do ex subchefe Operacional e por tabela o Chefe de Polícia Civil, pela primeira vez na história da instituição, uma mulher é designada para ocupar o cobiçado cargo vago, a delegada Marta Rocha.
Hoje pela manhã quando assisti a entrevista da nova Chefe de Polícia, a primeira coisa que me veio a cabeça, foi que a chamaram para colocar a casa em ordem.

Quando tudo esta um caos, parece que só a habilidade feminina, em arrumar e organizar uma casa, é capaz de colocar as coisas no seu devido lugar.
Eu não sou de levantar bandeiras. E tão pouco de fazer apologias. Não sou da esquerda, da direita e nem do centro. Não sou feminista.
Penso que o jogo do poder é tão mascarado, que nem ao menos sei se vivemos uma democrácia ou se somos levados a acreditar que podemos fazer a diferença. Exemplo recente: elegemos a Dilma ou ela nos foi imposta?
Teorias da conspiração a parte, mesmo tendo estudado 4 anos para me tornar uma professora de História, confesso não me sentir a vontade em discutir certos aspectos da sociedade. Creio que me falta a erudição necessária. Ou o fervor.
E hoje talvez eu vá incorrer em alguns erros, já que saí do meu lugar comum em escrever sobre meu cotidiano e arrisquei em águas mais profundas. Então, espero que possam perdoar qualquer falha.
Mas senti vontade  de agradecer a todas as mães que incentivaram suas fillhas a terem capricho com suas bonecas. A zelarem por seus brinquedos. A colocar cada coisa no seu lugar. A limpar a sujeira. A administrarem uma casa.
Por que penso que toda essa formação inicial, que outrora era voltada apenas para atender a família, aliada com a formação acadêmica ou profissional, pode permitir que ela vá muito além dos domínios de um lar.
A mulher pode arrumar, dirigir, gerenciar e comandar qualquer casa.
Seja ela uma empresa. Seja um departamento de polícia. Seja uma Presidência da República.
Este texto não tem nada de machista ou feminista. Homens e mulheres são igualmente valorosos e capazes. É só um despretencioso momento de reflexão.

14 de fev. de 2011

Maridos cafajestes

Na rua em que moro, tem uma moça muito bem-feita de corpo, gostosa, que por sinal é minha melhor amiga e que desperta a atenção tanto das mulheres quanto dos homens. Todos são unânimes em elogiar suas formas e é natural que ao passar, ela receba muitas "cantadas".

Mas o que dizer dessas "cantadas", quando vem de homens casados e ainda por cima seus vizinhos de longa data?Minha amiga tem passado por esse inconveniente, em que nossos vizinhos, não satisfeitos em dizer gracinhas sussurradas quando ela passa, conseguiram descobrir o seu número de celular e sem o menor constrangimento, afirmaram estar doidos por ela e a convidaram para sair.
E quando ela disse não estar interessada, eles responderam que ela não precisaria se preocupar, pois ninguém ficaria sabendo. Não estou querendo bancar a puritana e sou do tipo que acredita que olhar não arranca pedaço. Eu olho para homens interessantes e tenho certeza que meu marido também não desvia o olhar quando passa uma mulher que lhe desperta a atenção.
Mais é só. Não dizemos gracinhas e muito menos partimos para o ataque. Pelo menos é assim  a forma que acredito que ele se comporte.
Receber cantada e convites de homens casados não é algo incomum e toda mulher já deve ter encontrado algum engraçadinho querendo pular a cerca e que considera não estar fazendo nada demais. Para ele pode ser, mas e para a esposa? Aonde fica o respeito? A consideração? Assediar outra mulher que mora bem ao lado da sua casa ou na casa ao lado e achar que tudo bem, lavou tá novo?

Detesto esse tipinho de homem, que se acha o grande garanhão e desrespeita a companheira, como se ter um caso extraconjugal fosse algo tão corriqueiro como cortar as unhas dos pés. E a pobre coitada ralando junto do infeliz, para dar o melhor para os filhos, crente que pode confiar no cafajeste.



9 de fev. de 2011

Arrumando a casa

Será que alguém notou a minha ausência!? Espero que sim!!! Infelizmente esta cada dia mais difícil conseguir postar, preciso desesperadamente de um computador só meu. O que eu uso é o da Casa de Lanches e como socializo com os clientes, tem dias que não consigo nem chegar perto. O notbook do meu marido esta com defeito e fora isso, estou tendando dar uma arrumada na casa e também na vida.
A primeira mudança me deixou super empolgada, pois finalmente consegui arrumar o quarto da minha enteanda. Há anos ela dorme conosco nos finais de semana ( no mesmo quarto) e juro que eu já estava quase surtando. Eu não aguentava mais assitir o mesmo desenho do Pica-pau, Barbie, Chaves, Tinker Bell, Princesas, Branca de Neve....e dormir quase esmagada ou quase cair da cama.
Além disso a bichinha fala sem parar, dormindo ou acordada e depois de trabalhar 12 horas por dia, a única coisa que eu quero é assisir um filme (não desenho), até pegar no sonho.
Aqui em casa meu marido é o sonhador e eu sou a executara. Enquanto ele diz que vai fazer, eu vou e faço. E como a situação já estava me incomodando a tempo demais, arregaçei as mangas, comprei uns movéis usados e em bom estado, um ventilador, colei uns adesivos na parede e peguei a televisão e o aparelho de DVD do meu quarto e fiz todo mundo feliz. 

Ela adorou o quarto novo, que há anos só esperava pelos movéis e havia se transformado em quarto de bagunça e eu vou ter um pouquinho mais de sossego.
A segunda mudança se refere a Casa de Lanches, esta semana convidei meu irmão e minha cunhada para trabalharem comigo nos finais de semana  e tentarmos investir em refeições. Estou ficando muito cansada em ter que fazer tudo sozinha e também preciso dar uma incrementada nos negócios. Meu marido também esta muito empolgado em ajudar e estou esperançosa que a família trabalhando unida possa render bons frutos.
Me desejem sorte!!! Estou precisando de muita energia positiva, para combater os olho-gordo rsrsrs.
Estou com muitas saudades de todos vocês e aos pouquinhos vou atualizando as visitas.

2 de fev. de 2011

A vizinha


Eu tenho uma vizinha que tem como profissão ser fiscal da natureza. Ela passa os dias sentada no portão, apreciando a bela paisagem que nos cerca e brincando com sua cachorrinha. São horas intermináveis sentada no portão, ruminando profundos pensamentos e é claro que eu não tenho nada a ver com a isso.
Não é da minha conta se ela já tem quase 30 anos, seja casada e tenha uma filha e mesmo assim pareça estar esperando que o mundo acabe em barranco para morrer encostada. 

Mesmo não tendo nada a ver com a vida alheia, já faz um bom tempo que ando incomodada com a tal vizinha. Para os que não sabem, eu tenho duas enteadas, uma com 15 anos e a outra com 6 anos. A mais nova esta sempre na minha casa e a minha vizinha tem uma filha da mesma idade da minha enteada, que são amiguinhas e brincam juntas.
Até aí tudo bem, é ótimo que minha enteada tenha outra criança da idade dela para brincar e para bagunçar, mas eu acho que isso não dá o direito a mãe dela de querer me explorar. 
Eu posso estar sendo muito rigorosa, implicante ou chata, mas acredito em limites e em bom-senso. Deixar uma criança brincar na casa da outra  - o dia inteiro - e esquecer que tem filho, realmente me incomoda demais.
Enquanto a vizinha passa o dia sentada no portão, eu passo o dia ralando muito. Se é a minha enteada que vai brincar na casa da amiguinha, eu me preocupo se ela não esta dando trabalho, vou checar de vez em quando se esta tudo bem, chamo para as refeições e para dormir.
Como a vizinha nem comida gosta de fazer, deve achar que é minha obrigação alimentar sua filha. Ledo engano: não tenho o menor constrangimento de quando chega o horário do almoço, interromper a brincadeira e mandar a menina para a casa. Se você tem um filho, é sua obrigação zelar por ele e que mulher não gosta de ver sua filha limpa, arrumada e cheirosa? Ainda mais quando se tem tempo de sobra para isso?
É por isso que fico indignada e me recuso a ser o barranco para a vizinha se encostar.Tudo bem em oferecer um lanche, mas detesto me sentir usada. Como a maioria das mulheres, eu faço mil coisas ao mesmo tempo para dar conta do meu trabalho, da casa minha e da minha família. 
Como diria meu marido toscamente: "cada cão que lamba sua caceta."